quinta-feira, 27 de outubro de 2011

FOUND LOVE

Algumas cores, musicas, grifes, festas entram e saem de moda; Algumas pessoas são destaque em um ano e talvez no seguinte não são mais do que uma boa lembrança (ou má); E assim vai seguindo o tempo, no seu fluxo interrupto.

Porém certas coisas, ou sentimentos (pra aqueles que ainda acreditam) não saem de moda, são atemporais... Porque dedicar-se, estar disposto a ESTAR e SER pelo o outro não é abdicar-se de si mas sim dar uma chance para que o seu eu possa se complementar e transcender através do outro.

Tenho escrito pouco ( por falta de inspiração ), tenho escutado muito Rihanna e tenho lido pouco. Não que uma coisa tenha relação direta com a outra, mas sempre quando escrevo e geralmente meus contos ou poemas   é quando tenho alguém pra pensar e fantasiar sobre, minha criatividade está diretamente ligada ao meu emocional. Escutar Rihanna me abstrai um pouco e por alguma razão me sinto confortável escutando nem que seja uma de suas canções eletrônicas. Ler me dá razões para que eu queira escrever.

E juntando Escrever+Escutar+Ler hoje acabei por refletir onde essas três ações se ligam: No verbo Amar.

Escrever é colar no papel aquilo que a mente deseja, e transferir para o plano textual todos os sentimentos encubados. Quando eu sinto que não posso mais, o que eu faço é escrever e transferir a responsabilidade de amar para meus personagens, não por medo, mas sim pela ausência da reciproca...

Escutar é VER na voz do outro de como um mesmo sentimento, de como uma mesma vontade pode ser traduzida aos mais diferentes gêneros, línguas e pessoas. Quando escuto por exemplo Disturbia e como se recebesse uma dose cavalar de realidade.. porque o amor é isso: SEM EXPLICAÇÃO, ALUCINÓGENO, e loucos somos nós de querer buscar razão onde a razão nos pede para sermos loucos.

Por ultimo ler que é absorver outras historias pra compensar a falta de um enredo que dê sentindo a todo essa loucura.

Por fim o verbo AMAR:

É estranho dizer de como as relações evoluíram, digo as relações porque são elas que evoluem o sentimento não, é o mesmo ( em maior ou menor escala, mas não muda). Num mundo onde tudo é de fácil acesso inclusive os sentimentos, se tornou banal dizer coisas como "Eu te amo" ou  "Eu vou esperar por você"  mas creio que ainda existem pessoas que acreditam. Acreditam não só no amor mas também na possibilidade de mudança de consciência, acreditam que possa haver união entre pessoas e de certa forma acreditam num futuro.


AMOR, romantismo, fidelidade , AMIZADE... acho que não são como Bolsas Gucci, Vestidos Dior, Cinto Dolce&Gabanna, Lead-Single do BTW e outros acessórios fashions ou Hits #1 que tem data de validade.
Creio que se algo é capaz de transcender o tempo, é porque ali esta formado valores, e valores agente não joga fora no final da temporada.


Agente vai encontrar o AMOR nem que seja num lugar inóspito. (não é tradução da musica, eu sei rs)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

IN


E de repente, me veio uma vontade de conversar com ele, como se sua voz nunca tivesse ido ou como se o tempo não tivesse escapado por entre meus dedos - Estranho isso, porque tudo que tenho feito desde o ultimo beijo é negar a existência de qualquer que seja o sentimento...qualquer sentimento digo eu, porque não restou magoas, rancor ou nenhum desafeto , muito pelo contrario, ficou carinho, respeito e confesso eu até um saudosismo encubado da minha parte...Mas EU NEGO.

Meus bons sabem, e por isso me mantem sóbrio, me mantem alerto, com olhos de semáforo, para que eu não me perca ou busque uma rota de fuga que me leve até o falso porto segura que me deixa inquieto, pulsante, sem norte.

Seus pés eram alados, mas até onde sei Anjos Cupidos não usam suas flechas para seu próprio deleite.
Seus pés eram alados, mas hoje, mesmo sem você, minha cabeça voltou a voar.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

14:20

VIII

- A historia é essa que está sendo contada, você pode dizer que sim ou que não, escolha a que te faça bem e agarre-a com força. Não estou dizendo que minha verdade é a certa, ou que sempre deveria acreditar em mim.. só estou pedindo que não duvide quando eu disser...
- Eu não duvido, se uma vez eu disse sim, eu vou manter esta como minha verdade..foi a escolha que me fez bem, apontei pra fé e segui seu caminho.
- Então é um segundo sim?
- Nunca disse um não.
- Mas...
- Não estou dizendo que você está certo, ou que sempre acreditarei em você... mas tem certezas coisas que os olhos quando falam não são capazes de mentir.

18:00

VII

Pela sacada a cidade parecia sempre a mesma, diferente de quando se está lá embaixo junto a multidão. Nossos corpos, caras e almas estavam limpas, em paz longe de tudo perto de nós, se é que aquele principio de um novo Big-Bang poderia ser chamado de paz; digo principio de Big-Bang porque de fato era inegável que toda aquela energia cósmica que se acumulava a cada toque, a cada beijo, a cada fio de cabelo do corpo que se arrepiavam na presença do outro, poderia a qualquer momento explodir de tal forma que os normais não seriam capazes de explicar.

As noites chegavam sempre da mesma forma, junto com o barulho dos carros, as ruas repletas de gente, e nós dois olhando pela sacada, olhando pra nada em especial, apenas deixando o tempo passar, pessoas na faixa, carros na faixa, pessoa, carros.. movimento continuo... tudo parecia questão de manter a calma, o tempo passou e a gente continuou.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

22:09

VI

A música parecia totalmente apropriada para o momento, um risco pelo qual seria delicioso correr, e disse que sim.

Anda não acreditava no que acontecera, a ideia de fato era absurda, fugia a realidade minuto após minuto, hora após hora, e tudo aquilo ainda parecia um monte de loucuras sucessivas. Não a paixão, não o sim, não como aconteceu... mas sim como acontecia, e era totalmente insano.

Estava ali, pro que desse e viesse, apenas esperando o vento soprar pra uma direção, como medo e insegurança (companheiras de sempre), porém continuava firme.

Tinham dados rolando ainda, a aposta era alta, mas depois do primeiro salto os próximos são mais atraente... se tinha vencido ou não, eu não sabia; Amor tem dessas coisas, é um risco, um jogo onde sempre existe a possibilidade de mais uma rodada, uma estranha e deliciosa aposta, onde ambos podem ganhar ou perder.

__:__ II

V

Os dias se passavam e aos poucos mergulhava cada vez mais, estava tão fundo que já não via a luz da sol e ao mesmo tempo estava tão anestesiado que mal podia apontar qual era a direção certa onde ficava a superfície.

Mas sabia que de certa forma, ou pelo menos esperava que fosse assim, que não estava sozinho e que mesmo que se estivesse, que mal teria? Era uma experiencia totalmente nova, estava sendo preenchido por algo sinestésico e mesmo caso estivesse só, emergir não seria a melhor escolha,

__:__

IV

Alguns encontros depois, o estranho me parecia mais familiar que a mim mesmo, e o caos inicial, visto por cima parecia se encaixar de forma perfeitamente planejada, me via tão nitidamente em seus olhos como via todas minhas carências supridas por ele. De toque em toque virei estranho a mim mesmo pra ser completo por ele.

16:15

III

Os dias passaram, ele não ligou e eu não liguei, 10 dias sem ele, então num sábado um SMS dizendo " Espero que você se encontre bem, e espero...". Não esperamos mais do que duas horas, e seis lances de escada depois o primeiro beijo de dois nem tão desconhecidos, mas nem tão íntimos.

Tudo o que eu sabia era seu nome, seu telefone, seu gosto por vinhos secos e seu gosto. E tudo que eu não sabia, fugia a minha curiosidade, já estava totalmente mergulhado nesses escuro.

Talvez os cabelos, os olhos, ou o signo de escorpião (outra coisa que eu sabia), o beijo não, veio depois. Não sei direito o que foi, mas eu saltei.

20:40

II.

Depois da primeira cerveja, ele me deu o seu número e lhe dei o meu, depois de alguns dias ele telefonou.

O encontro foi marcado, um bar do Lourdes as 8 horas, ele se atrasou 40 minutos, tempo suficiente para que as duas caipirinhas que pedi começassem a fazer efeito, de fato foi até bom estar um pouco mais solto quando ele chegou, timidez é um defeito que perco com o tempo ou com o álcool, é um defeito; e eu sabia disso.

Depois de algumas tulipas e um pouco de conversa sobre a cidade, as pessoas, a rotina e o dolar eu notei que seus olhos eram tão bonitos quanto seus cabelos, e por um momento parei.

Entre pagar a conta e a Praça Sete,  pela primeira vez meus dedos tocaram seus cachos e no mesmo instante nossos olhos se tocaram.

De oficial era a primeira noite, e não houve beijo mas estranhamente foi mais do que eu podia esperar de uma quarta feira.

17:43

I.

O que há de se esperar quando se salta no vazio? A atração pelo desconhecido pode ser tão doce quanto seus mistérios ou tão amarga quanto suas duvidas, e de fato: é o risco que torna o desconhecido algo sedutor, atraente, e assim é no medo que se descobre uma forma de prazer.

Não importa o tamanho do salto, um risco é um risco, pode ser que haja alguém de braços abertos a te esperar, pode ser que não... e foi assim que o conheci. Ainda não era verão, mas o ano já estava fadando ao fim, as ruas já movimentadas do centro da capital estavam ainda mais caóticas e no meio do caos lá estava ele; camisa xadrez, jeans, óculos de aro fino e seus 1,73... se não fosse pelos cabelos, seria apenas normal, mas não era.

Depois de alguns quarterões se sentou em um bar da Bahia e ali me disse seu nome.

domingo, 10 de julho de 2011

Anjo em chamas


Ela está queimando,
Tentando partir, tentando se salvar
Suas asas estão em chamas
Como ela poderá voar?

Ela nos disse que juntos seriamos mais fortes
Nessa estrada onde os sonhos se casam com a medo
Ela não importa com as labaredas
Ela ainda está alerta, ainda esta vida

Nessa estrada ela disse:
Os sonhos se casam com medo
Ela está queimando até morrer
Corram, Corram, Corram
Escolham o medo da vida ou a sorte da morte.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Estupidez Total


A mesma música toca sem parar, no player e na vida...
Mesma melodia, mesmos acordes, mesmas notas, somente os interpretes que variam; Alguns conseguem transformar a canção em algo mais aberto e feliz, outros seguem pelo drama, mas nunca inovam de fato.. Nada novo, nada legal.
Vontade de quebrar esses discos, vontade de guardar essa vitrola numa caixa empoeirada e deixar num canto até que a canção valha a pena ser tocada de novo... enquanto isso, vou buscando de bar em bar, sacada em sacada alguém que saiba fazer algo "ao vivo" e dê vida a melodia morta pelo cotidiano.

"Um sonho rosa escureceu, palavras sem valor... Sei que fui ingénua, eu estava pintando borboletas no meu céu e hoje estou tremendo sobre o chão."

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A geração dos "sem Madonna

Eu nasci assim." A frase não é da canção "Modinha para Gabriela", de Dorival Caymmi, imortalizada na voz de Gal Costa. É apenas o título do novo single de Lady Gaga ("Born this Way"), que acaba de vazar e já causa polêmica por lembrar "Express Yourself", o hit de Madonna de 1989 que conclamava a geração oitentista a aceitar apenas o amor incondicional. Ouça trechos das duas músicas:

A canção de Gaga, podem aguardar, vai ser um hit e não é tão ruim quanto se diz, mas trouxe ao Twitter um conflito de gerações.

Quando tuitei que o novo single de Lady Gaga se chamava "Eu nasci assim: sem criatividade", um jovem seguidor me comoveu com um apelo ao respeito pela nova artista.

Em vários "tweets", ele questionou o seguinte: "Qual o problema em deixar que a minha geração sinta tudo o que Madonna fez vocês sentirem? Será que na época de vocês não tinham pessoas criticando Madonna? Nós não temos o que vocês tiveram. É isso."

A minha crítica não é especificamente a Lady Gaga, mesmo porque, no artigo "Lady Gaga e a Lojinha do Pop", eu festejava a nova diva pop justamente pela maneira criativa como fazia o pastiche dos ícones dos anos 1980 e 1990 em seus dois primeiros álbuns. No entanto, uma coisa se revela após o lançamento do novo single de Gaga e do último disco de Christina Aguilera: falta background a todas essas divas novatas.

Madonna é fruto de uma geração modernista, que criava sentidos para expressar sua insatisfação contra a ideologia dominante, repressora, castradora.

Estudou com a coreógrafa Martha Graham, conviveu com Basquiat e Andy Warhol, tirava notas altas na escola para conseguir dinheiro do pai e sempre usou a sedução feminina de forma a subjugar os homens.

Foi para Nova York vinda do interior, diz a lenda, com US$ 35 no bolso, morou em espeluncas, trabalhou no Dunkin' Donuts, quebrou a cara e adquiriu experiência.

Com base em sua educação católica e em toda a repressão que sofreu no seio familiar, criou sua obra-prima "Like a Prayer". Pela necessidade de entender sua maternidade, criou "Ray of Light"; do medo da velhice e da nostalgia das pistas de dança dos anos 1970 nasceu "Confessions on a Dance Floor". Da necessidade de ser dona de seu desejo sexual como são os homens, criou "Erotica" e "Justify My Love", cujos vídeos primam pela sutileza e pelo sugestionamento sexual.

Não há uma cena de nudez explícita nos dois vídeos, mas não houve menino daqueles anos 1990 que não corrido para o quarto após vê-la simulando masturbação em uma cama de veludo vermelho com os cônicos e icônicos corpetes de Jean-Paul Gaultier. "Eu soube que era gay quando vi 'Justify My Love' pela primeira vez", me disse certa vez um amigo.

Já Lady Gaga, Britney e Aguilera são da geração pós-moderna, carente de sentido, de ideologia e de educação formal. O caminho aberto por Madonna em termos de comportamento feminino e homossexual deixou essa geração sem ter o que contestar. Quando Gaga diz que "nasceu assim", está falando desses jovens frutos do determinismo histórico de Fukuyama: tudo está feito, estamos presos a nós mesmos e nunca seremos sujeitos ativos sobre nada, porque o problema e a solução está sempre no outro.

Enquanto Madonna olhava para as tendências musicais do futuro próximo, as engolia, misturava com suas questões existenciais e as regurgitava em algo aparentemente novo, as novatas do pop parecem fazer o caminho inverso e exatamente por isso são classificadas de plagiadoras.

Se Gaultier traduzia Madonna em corpetes, Lady Gaga traduz as roupas de Alexander McQueen e as bases musicais de Madonna, do Ace of Base e do Depeche Mode em performance e música.

Madonna e Michael Jackson eram os ícones que os outros analisavam, discutiam e tentavam decifrar. Lady Gaga e as outras são exatamente o contrário. Artistas carentes de sentido que buscam nos símbolos criados pelas gerações passadas uma substância para sua performance muitas vezes vazia e desesperada.

Lady Gaga é boa. De todas as que estão aí, aliás, é a melhor. E isso se evidencia quando ela, assim como Madonna, fala daquilo que é sua essência, como em "Beautiful and Dirty Rich", "Poker Face", "Telephone" e "Paparazzi". Mas se continuar olhando para os sintetizadores dos anos 1990, vai cansar logo.

Quanto à carência de um ícone para chamar de seu do meu seguidor, recomendo que não tente sentir o que sentimos com Madonna e Michael Jackson, assim como foi inútil à minha geração tentar sentir o que eram os Beatles e os Stones no auge. Esqueçam as divas que não se esquecem da Madonna, vão a uma balada que toque LCD Soundsystem, Scissor Sisters, Cut Copy, La Roux, Hurts, Adele, MGMT, Gorillaz, Cee Lo Green, Janelle Mónae e sintam a boa música pop de sua geração.

domingo, 3 de abril de 2011

Toca discos velho


Tocar as mesmas musicas não me vale mais

De que adianta deixar o disco rodar

Se em minha mente a canção é sempre a mesma?

Sinto que a agulha arranha os sons

Enquanto minha mente se perte à mais de 345 RPM

Sabe quando se aperta os cintos?

De repente, Stop!

Sem musica, sem grave nem agudo

Sem vitrola nem agulha

Talvez nem era musica

Poderia ser meu coração...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Fixation Oral

Acontece que eu sou meio carente nisso sabe

Eu preciso ter alguem na cabeça pra ocupar meu tempo, meu coração. É bom pensar em alguém e tudo mais, mas de tanto pensar chego a um ponto que eu confundo as coisas, antes o que era pra ser diversão,um passatempo, acaba se tornando em algo real, onde eu começo a criar ilusões em cima disso tudo, é o que eu geralmente sempre faço: CRIO ILUSÕES e acabo vivendo dezenas de vidas que não são as minhas ou melhor, são minhas, porque eu as criei pra serem perfeitas do jeito que eu quero que seja a minha.

Tenho tanta coisa na cabeça que as vezes acho que poderia explodir, mas trocaria tudo por uma unica coisa. Trocaria a minha receita e a escada de madeira por algo que eu ainda nem sei o nome, sei que um hora vai acontecer e vai ser maravilhoso, e a receita vai render bons jantares e a escada não faria mal se se tranformasse em uma cerca branca.


*De uma conversa com Noélia Bonfim

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Apolo

Apolo andava apressado, numa mão seu arco na outra flores, seguia em passos de Ártemis com sombras de algum rel a mal dobrado. Não estava sendo forçado, e se forçado fosse seria esse seu dano, buscava não mais que um vão contentamento, buscava a resposta de seus pensamentos.

"Porque menos mal seria se não tivesse ido a luta?" Tinha como aliado a beleza e seu oráculo de Delfos.Era imberme, no ague do seu vigor, estava nu apenas um manto carmim sobre os ombros, no peito tatuado uma serpente e um corvo e nas mãos as flores que antes trazia estavam se despedaçando junto com o sangue que os espinhos arrancara.

O campo de batalha estava vazio, sentou e chorou, sofreu sua crueza em silencio, das flores cujo os espinhos haviam lhe cortado a mão nasceu uma lira, e das lágrimas brotou-se um rio onde Apolo se afogou dando fim a seu tormento.

Porque pior seria se tivesse que sentir a dor da ausência eternamente.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Hold me in your arms

como é possível estar em dois extremos simultaneamente?
não é, então segure minha mãos pois estou caindo rapidamente, não demorarei muito pra tocar o chão então me mantenha em suas mãos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?

10% das populações são gays.
Quantas pessoas você conhece?
Quantas se declaram ou evidenciam ser homossexuais? Pois é… provavelmente, bem menos que 10%…

Logo, muitas das que você tem como héteros são homoafetivas – talvez muito próximas de você –, e não se sentem à vontade para se apresentar como são, tamanha a perseguição a que se vêem submetidas, desde sempre e em toda parte. Você contribui para isso?

Pode ser a pessoa mais amada: seu pai, sua mãe, seu filho, sua filha, o maior ídolo, o líder religioso ou a grande mestra… Você é dado a piadas de mau gosto, na frente de gays, possivelmente… Não por acaso 1/3 dos homossexuais tenta (disse “tenta”, e não “pensa em”) suicídio.

Você diz que a homossexualidade é contra as leis de Deus? Por quê? Por estar na Bíblia? A Bíblia manda que mulheres fiquem caladas nas igrejas e obedeçam aos maridos, e determina matemos os hereges, os que não sejam judeus, como você e eu. Você concorda com isso? Devemos cometer suicídio em massa, para seguir a Palavra de Deus? Por que não? Por que a situação mudou de figura? Só porque você está no meio desta nova classificação dos condenados pela Bíblia? Hum… A Bíblia está errada, então? Acho que não – vou ajudá-lo: penso que o problema está na interpretação, que precisa ser modificada, não devendo ser literal, nesta parte do escrito sagrado, para que não persigamos inocentes. E por que poderia ser alterada num ponto e não em outros? Por que devemos preservar a caça aos gays? O que foi que eles fizeram mesmo?

Diz você que se põe contra a expressão “gay”, para proteger o patrimônio da família. E por que homossexuais nascem de lares heterossexuais? Não há nenhum indício científico de contágio gay… E, se há contágio de tendências sexuais, por que os heterossexuais não contaminam os gays, que são minoria?

Você acredita que é um vício ou uma depravação… Mas a ciência já coleta evidências numerosas de que o cérebro dos homossexuais é diferente do dos heterossexuais, e que a inclinação homoerótica é-lhes instintiva, fisiológica, como igualmente acontece em animais.

Ah… então você afirma que o que é natural não deve ser seguido, que precisamos domar a natureza. Creio que isso também queira dizer que o sexo heterossexual, que também é instintivo e natural, deve ser freado, quando não servir à reprodução da espécie!? Digamos que alguém só pode fazer sexo três vezes durante toda a vida, o bastante para conceber três filhos, e que toda cópula adicional seria uma entrega injustificável aos apelos da Natureza. Ah… mas então você quer dizer que, embora quase sempre o coito heterossexual não seja reprodutivo, ainda assim não é pecaminoso. E por que mesmo este predicado condena a cópula gay?

Estou um pouco confuso… Qual é mesmo o seu argumento contra os gays? Creio que você não seja tão estúpido para dizer algo como: “Não gosto”, “Tenho nojo”, ou “Sempre foi assim”, ou “Me disseram desde a infância que era assim”. Você não seria assim tão desprovido de cérebro, seria?

Ah… você não gosta do espalhafato da parada gay… E ainda assim ela é necessária, para chamar a atenção para a existência e direito de expressão de um décimo de toda a espécie humana, sem contar os bissexuais, que podem constituir a maioria de todos os componentes de nossa espécie… E… por falar em espalhafato… o que você acha dos desfiles de Carnaval das escolas de samba, ou das praias brasileiras, abarrotadas de gente seminua, nos dias de fim de semana e feriado, com casais heterossexuais aos montes, confiados a toques sensuais e beijos de língua diante de crianças? Chamaríamos tudo isso de orgia heterossexual e deveríamos prender todos os infratores ou repudiar cada casal adolescente que trocasse saliva em público? Eu particularmente considero horrível e de mau gosto qualquer demonstração de afetividade sexual em público, seja hétero ou homossexual. Você só repudia uma delas? Por quê?

Você os vê promíscuos? Tente proibir heterossexuais, desde o berço, de demonstrarem quem são, diga-os aberrações diante de Deus, vergonha familiar e ridículo social, e lance-os em guetos (isso quando conseguem descobrir um reduto onde possam se manifestar). No correr de anos, assim sendo tratada, como ficaria a maior parte dos seres humanos submetidos a esta ordem contínua de opressão de suas almas, contra suas manifestações de liberdade, de seus sentimentos e identidade psicológica?

Oh… sim… você diz que não é contra os homoeróticos, mas não quer que seus filhos sejam componentes dessa comunidade, com a justificativa de que sofrerão discriminação… Então, você começa por pressioná-los e discriminá-los em casa? Não seria seu dever fazer exatamente o contrário? Você não deveria oferecer um apoio duplamente maior a seu filho, na hipótese de ele ser gay, já que uma parcela expressiva da sociedade não o apoiará, como o faria, se fosse heterossexual?

Teme que as pessoas se afastem dele ou de você? Ah… você quer ser aprovado e admirado pelas qualidades de seus filhos, e não que eles sejam felizes e se realizem – é isso mesmo? Quer que eles se submetam a seus caprichos ou de indivíduos perversos e ignorantes que só valorizam o que a massa valoriza? Se você não se enquadra neste perfil, responda-me, então: quem mesmo se afastará de você e de seu círculo familiar, caso surja homossexualidade em sua família? Gente preconceituosa e dada a perseguir minorias? Meu Deus! Que presente dos Céus! Sendo assim, em tendo descoberto inclinação gay em alguns de seus parentes ou mesmo em si, fale logo a todo mundo, para que as pessoas que realmente “não prestam” – os preconceituosos e caçadores de bruxas, hipócritas e mesquinhos, caluniadores e desocupados de má índole – se afastem de você, de seus filhos, de sua família e de seu ambiente social. Principalmente, porque os componentes desta – escusem-me o palavreado, mas falo por milhões de inocentes atormentados injustamente – corja homofóbica, todos mentirosos e dissimulados, querem, atacando os gays de fora de suas casas, esconder os que têm dentro (eles mesmos talvez – já se viu algum heterossexual resolvido ter problema com gays?), visto que, como constituem um décimo da população, os homossexuais estão tão em torno daqueles, como em torno de você!…

Desculpe-me, assim, a franqueza, mas, para qualquer pessoa instruída, hoje, ser homofóbico representa ou interpretação hipócrita e retrógrada de textos religiosos, ou desinformação sobre os últimos avanços da ciência, para não falar de imaturidade e inclinação mesquinha a condenar os diferentes de seu modo de ser – uma vergonha para qualquer cidadão que se diga educado, lúcido e justo.

Ah… você discorda? Pois é: mas precisa contra-argumentar à altura… e… amigo, só tenho visto histeria neo-nazista de fundamentalistas genocidas a rebaterem nossas argumentações. Contudo, ainda que escolha esse caminho horrendo e sem respaldo algum nos meios cultos e maduros da Terra, por favor, se não quiser cometer o maior dos erros, tire Deus dessa história, porque, camarada, a ciência já revelou que a homossexualidade está na Natureza (com 450 espécies de mamíferos a apresentarem-na, além da espécie humana), e se você julga errada a Natureza, estará atacando o Seu Autor.

Benjamin Teixeira
pelo espírito
Roberto.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

As coisas passando e eu querendo passar com elas




A muito tempo não escrevo algo, não por falta de criatividade ou por não ter nada a dizer, na verdade há muita coisa pra ser dita e minha cabeça anda a mil, são tantas ideias e planos que por mais simples que sejam acabam por um interferir no outro; Como sempre me enrosco nos meus problemas criados por mim mesmo para arrumar alguma solução.

Não tenho escrito muito por medo de não ter nada relevante a dizer, e talvez porque aprendi a dizer certas coisas e não as manter somente para mim.

Mas com o passar das horas, que se transformam em dias e assim sucessivamente até se transformarem numa vida inteira, você vai vendo coisas acontecerem, vendo pessoas mudarem, coisas sendo ditas, segredos sendo guardados, sonhos construídos e destruídos, tudo numa lógica irracional. Desde quando consequência virou causa e não efeito? desde quando o valor das coisas estão tão distorcidos que não conseguimos enxergar os tesouros a nossa volta?

E com as coisas passando, e eu querendo passar com elas, vejo que na vida as coisas não são tão fugazes, é como uma chuva tremenda, uma enxurrada, você pode passar junto mas tenha certeza que muita coisa do seu passado vai te acompanhar, afinal talvez nem mesmo a morte seja o mar onde tudo irá desaguar de uma vez.