Mais de um ano, ou talvez nem isso, mais ainda assim queria ir além, mais além.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Mais além
Mais de um ano, ou quase isso, é tão difícil viver numa fila que nunca anda, queria poder calçar meu caminho, tomar minhas asas, virar estrela e deixar a princesa dormindo no barco e sair pela mata, mais anjos de uma asa só não conseguem voar, embora tenha tentado, muitas vezes tentado, toda vez que eu tentava eu caía sobre minha asa, era inevitável, o desejo se ir além, mais além era hipertônico, ao máximo conseguia imaginar o que havia além do horizonte, aves ou flores? Cães ou pátios?
sábado, 22 de maio de 2010
Nunca lhe prometi um jardim de rosas
No começo loucura pura, através da hereditariedade, da dor, da solidão e segregação; Loucura de imaginar o inexistente e apreciar o simples, loucura na essência da cor, da música, da luz que se acende e se vai, mas sempre volta a piscar; Loucura escrita, gritando num tom abafado "PAI, afasta de mim este cálice!"; Loucura que brota de um casulo em meio a um jardim de rosas; Loucura tão louca que se aproxima da sanidade.
Os homens são tão necessariamente loucos que não ser louco seria uma outra forma de loucura. Necessariamente porque o dualismo existencial torna sua situação impossível, um dilema torturante. Louco porque tudo o que o homem faz em seu mundo simbólico é procurar negar e superar sua sorte grotesca. Literalmente entrega-se a um esquecimento cego através de jogos sociais, truques psicológicos, preocupações pessoais tão distantes da realidade de sua condição que são formas de loucura — loucura assumida, loucura compartilhada, loucura disfarçada e dignificada, mas de qualquer maneira loucura.
Ernest Beckersexta-feira, 21 de maio de 2010
Faíscas de ervas
Mais uma vez se encontraram, ambos de branco, no mesmo local onde se cruzaram pela primeira vez no ultimo verão, desta vez as coisas fluíram com mais facilidade, nem precisou da insinuação dos amigos, o desejo estava estampados nos lábios, talvez inspirados por Get Neked de Britney Spears, ou apenas estavam extasiados, cheios de vontade e desejos ocultos (coisas de adolescentes). Se beijaram, foi quente, ao certo melhor que os precedentes, tão quente que sobrou apenas faíscas do grande incêndio, depois do fim da festa sobrou apenas lembranças e o gosto de uma bebida com gosto de uma erva que ambos lembravam bem e a curiosidade (de pelo menos um deles) em saber se das faíscas ainda sai fogo.
Alcova in Wonderland

Sem janelas nem portas, luzes foscas e guizos a chacoalhar, não era incomoda a sensação de que todos os sentido inundados de percepção se transgredia para fora do ser, na alcova da alma, onde se pode sentir o intocável com apreciação de quem ama, na alcova do ser, onde se olhava por um semblante menos fechado, arrogante e fragilizado.
Caia em si toda a verdade que por fim lhe fazia abrir os olho e a mente a fim de escapar, abrir uma brecha que fazia jogar por terra a alcova do homem, aprisionado em seus próprios dogmas.
Se vendo de fora pode-se conhecer o que estava por dentro, e por complexo, feito Alice que ao contrario não permitiu-se se ver de fora mais caiu em sua própria alcova materializada no país das maravilhas, mais com o mesmo objetivo, tentar compreender a razão, de ser, estar, de exisitir e conhecer sua individualidade na abrangência recessiva de opiniõs em um mundo não tão maravilhoso mais tão desafiador como o que Alice encontrou no buraco em que caiu, no buraco de sua alma.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
IT TAKES TIME TO CHANGE
Não tinha mais essa de que garotos crescidos não amam, o que aconteceu foi que se pegou em meio ao nada, num tenro momento escrevendo pra um amigo imaginário, e naquele instante queira fazer daquilo sua realidade, folheava o Aurélio em busca de sinônimos mais complicados para poder se explicar com a destreza de quem conhecia bem a língua ou talvez pela vontade se se sentir mais inteligente, interligado.
Na carta cujo o endereço do destinatário estava em branco havia mais do que um garrancho de solidão e desejo, mais que um grito afanado de angustia e desabafo, havia entre a tinha da caneta e as linhas do papel uma vida inteira, uma vida de sonhos, de vontade de ter, de ser, de querer ser.
Uma frase em especial se destacava entre aquele emaranhado de traços de cor anil, IT TAKES TIME TO CHANGE, sobre o que era? sobre ele mesmo e sua solidão, ou sua alegria falsamente ufanista, ou sobre seus sonhos sempre mais demorados que uma noite permitiria?; Em outra parte um pequeno trecho dizia "Cuidado, não falei isso agora porque já sei o que quer dizer, a noite mal começou e não estamos bêbados, cientes de tudo o significado das palavras podem ser pesados demais, e mesmo que seje verdade é o que eu também queria dizer, mais deixe essa vontade trangredir a noite, pra não cair na banalidade que é em si, é tão verdade, é tão sincero que não digo, não quero que seje comum, deixe trangredir".
Por fim guardou a carta em uma gaveta, tendo a certeza de que forá enviada o destinatário certo.
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