segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Outra vez indo para Delfos

"Então apolo vestiu novamente sua armadura, sentia-se como sua irmã Ártemis, queria correr bravamente mesmo sem saber exatamente o que buscava, sabia apenas que deveria proteger algo dourado, tido como precioso, mas jovens e selvagens como ele tem dessas coisas, não diferenciam o que reluz de ouro, então se perdia.

Ao se perder, tentou se afogar no mar de Poseidon, ma

s como poderia? Caso seu tio permitisse, o Olimpo estaria em guerra e o brilho dourado pelo qual deveria torna-se detentor iria sofrer pelos intemperismos dos raios e da ira dos deuses.

Mas ele tinha dessas coisas, só que aí se lembrava do arco em sua mão, lembrava também que mesmo com todos os fracassos como o de Dafne e de Jacinto, pelo qual foi consolado pro uma flor, havia em si o poder de curar através do sono, então ainda armado, com o peito alado, dormiu."

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Carta para o menino vestido de rosas


Parece que o tempo lhe fez bem, lembro da primeira vez que o vi, mesmo com toda a expectativa e ansiedade, todo o sentimento de vontade que inundavam meus olhos e logo logo se transformariam em lagrimas. Lembro quando pela primeira vez você partiu meu coração.
Mas antes disso tivemos nossos momentos, momentos em que nada além "do eu e do você" fossem necessários, sentia como se fosse explodir a cada sorriso que seus labios esboçavam escondido na sua falsa timidez, seria capaz de naquele tempo de andar por toda a cidade somente pra encontrar algo que lhe fisese bem. Foram dias felizes, até que aí pela primeira vez você partiu.
Não sei de quem foi a culpa, eu lhe declaro culpado e você diz que o que aconteceu foi porque eu transformei tudo o que a gente tinha em caos. Mas de fato, acontece que cada um tem sua parcela, nos dois erramos, e foram pesados os dias que se passaram, o tempo se transformando em semanas e meses. Até que então você me aparece como uma nova oportunidade, e por acreditar no amor ou seja lá o nome disso que alguns até ousam a chamar de felicidade, deixei que entrasse novamente na minha vida.
Pouco a pouco fomos recuperando o que tínhamos perdido. Noventa dias felizes, mas dessa vez não estava preparado para o impossível, cultivava um medo coerente de não me entregar totalmente, até porque da primeira vez eu tinha sido roubado completamente, na primeira vez não sobrará nada de mim.
Decidi então preservar um pouco, mas você sabia me despir de tudo, sabia quais armas usar, e eu como sempre jogando ao lado do amor e não a guerra, não tinha artilharia e tão pouco sabia me defender dos seus ataques, xiita, sunita, exercito vermelho.
Foi então que por fim, pela segunda vez não restava mais ninguém desse lado, e você se foi, eu caí.
Ainda recolho os cacos das poucas cinzas que me restam, antes uma vida em preto e branco do que uma sobrevida em techno-color.

domingo, 22 de julho de 2012

Hello Yellow Day


Não era dia de festa, era um dia normal, mas ele se vestiu de amarelo. Se sentia feliz assim, vestido de sol, com bordados na cabeça e tranças que caiam sobre o manto reluzente tal como era o ouro que carregava em suas mão. Exceto pelas manchas, a jóia estava se enferrujando, e como se é sabido com o ouro desses verdadeiros mesmo, não acontece isso.
A vida tem dessas coisas, mas pra ele não importava que o anel estivesse manchado, independente da cor o sentimento continuava ali, o que ele representava ou representou algum dia era mais duradouro que o brilho do metal precioso ou da fugacidade da lata.
Não era bom ver que pouco a pouco cada vez mais o que era dourado ia se escurecendo, mas não importava, ainda que chegasse a um cinza total o elo continuaria ali, se um polimento resolveria? Talvez. Mas naquele dia, que não era um dia de festa. Ele estava feliz e seu coração brilhava mais que o ouro de um anel barato, comprado na Afonso Pena.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Headlines (Friendship Never Ends)


"Estou bem no meu lugar, mais jamais será igual como era estar do seu lado."


Entre as varias escolhas da vida, ele decidiu crescer, de algum modo sabia que mesmo tendo o mundo a seus pés ainda lhe faltava conquistar o universo, seguir em frente, tentar a galaxia. Então arriscou, porém como em toda aventura ocorreu de deixar algumas coisas pra trás , não porque não fossem importantes mas porque eram valiosas, pelo contrario eram valiosas demais para serem expostas a turbulência da nova vida.

Embarcou, mas não sem antes dar uma ultima olhada em seu tesouro. Cuidadosamente pensou em cada detalhe de como poderia preserva-lo mesmo estando rumo ao desconhecido. Catalogou em sua mente cada detalhe, cada traço de perfeição e se não de imperfeição. Mas pra ele seu tesouro era perfeito e nada além.

Durante a viagem olhava o relevo e sentia falta das curvas, olhava o vento e sentia faltava de como era pleno, fitava o sol e lembrava do brilho e a cada passo ia descobrindo pouco a pouco, o verdadeiro objetivo de sua jornada. Tinha embarcado numa busca de algo que antes ele não sabia o que era, mas depois de lutar contra seres iluminados, e gigantes alados perceberá que toda sua aventurá fora e continuará sendo a busca por algo que o faça brilhar tal qual o tesouro que o aguarda no ponto de partida.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Até agora 706

"As vezes nem mesmo as palavras conseguem mostrar o que realmente a gente sente.. o silencio é eloquente"

Eu não preciso saber falar sua língua, nem mesmo entender dos seus planos. A mim não me interessa seu passado, muito mesmo o que há por trás da sua túnica de brilhantes. Há muita coisa sobre ti que a mim não precisa ser revelada e a muita coisa de mim que a ti não precisa ser mostrada, porque existem coisas e coisas.

Talvez um de nos já tenha sido um tolo, daqueles que de um modo sujo apenas passa,  passa e não para; não repara e por não reparar, por passar depressa sem parar não é reparado também. Ou mesmo um de nós tenha se machucado por aí (e feridas não é algo que se leva pela vida como alguns dizem), são coisas que passam, porque só o que é doce deve continuar.

Mas então aconteceu. Aquele que passava por passar, passou e parou, ficou parado ou olho de relance mas foi o suficiente pra ser notado. O outro que também passava e não reparava, reparou e daí também foi reparado. A gente sabe o que acontece quando olhares se cruzam por um momento, e num leve movimento a cabeça se abaixa no mesmo instante em que um sorriso abafado tenta explodir por todo o rosto.

Por esse encontro de olhares, por esse encontro de dois, por esse encontro de almas, descobri que certas coisas não precisam ser traduzidas, desvendadas, pesquisadas, reveladas. Porque certas coisas são o que são, nítidas, claras e auto explicativas. E então aquelas coisas sobre mim que não precisavam ser mostradas vão lentamente surgindo, saltando aos olhos como um caleidoscópio de rubis e esmeraldas. Aquelas coisas sobre você que não precisavam ser reveladas, agora atraí minha curiosidade tal qual você me atrai .

Existem coisas e coisas, tal qual existem pessoas e pessoas. No meio de tantas outras pessoas surgiu você, uma única pessoa que reúne em si todas as coisas capazes de me fazer sorrir ♥