terça-feira, 27 de setembro de 2011

IN


E de repente, me veio uma vontade de conversar com ele, como se sua voz nunca tivesse ido ou como se o tempo não tivesse escapado por entre meus dedos - Estranho isso, porque tudo que tenho feito desde o ultimo beijo é negar a existência de qualquer que seja o sentimento...qualquer sentimento digo eu, porque não restou magoas, rancor ou nenhum desafeto , muito pelo contrario, ficou carinho, respeito e confesso eu até um saudosismo encubado da minha parte...Mas EU NEGO.

Meus bons sabem, e por isso me mantem sóbrio, me mantem alerto, com olhos de semáforo, para que eu não me perca ou busque uma rota de fuga que me leve até o falso porto segura que me deixa inquieto, pulsante, sem norte.

Seus pés eram alados, mas até onde sei Anjos Cupidos não usam suas flechas para seu próprio deleite.
Seus pés eram alados, mas hoje, mesmo sem você, minha cabeça voltou a voar.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

14:20

VIII

- A historia é essa que está sendo contada, você pode dizer que sim ou que não, escolha a que te faça bem e agarre-a com força. Não estou dizendo que minha verdade é a certa, ou que sempre deveria acreditar em mim.. só estou pedindo que não duvide quando eu disser...
- Eu não duvido, se uma vez eu disse sim, eu vou manter esta como minha verdade..foi a escolha que me fez bem, apontei pra fé e segui seu caminho.
- Então é um segundo sim?
- Nunca disse um não.
- Mas...
- Não estou dizendo que você está certo, ou que sempre acreditarei em você... mas tem certezas coisas que os olhos quando falam não são capazes de mentir.

18:00

VII

Pela sacada a cidade parecia sempre a mesma, diferente de quando se está lá embaixo junto a multidão. Nossos corpos, caras e almas estavam limpas, em paz longe de tudo perto de nós, se é que aquele principio de um novo Big-Bang poderia ser chamado de paz; digo principio de Big-Bang porque de fato era inegável que toda aquela energia cósmica que se acumulava a cada toque, a cada beijo, a cada fio de cabelo do corpo que se arrepiavam na presença do outro, poderia a qualquer momento explodir de tal forma que os normais não seriam capazes de explicar.

As noites chegavam sempre da mesma forma, junto com o barulho dos carros, as ruas repletas de gente, e nós dois olhando pela sacada, olhando pra nada em especial, apenas deixando o tempo passar, pessoas na faixa, carros na faixa, pessoa, carros.. movimento continuo... tudo parecia questão de manter a calma, o tempo passou e a gente continuou.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

22:09

VI

A música parecia totalmente apropriada para o momento, um risco pelo qual seria delicioso correr, e disse que sim.

Anda não acreditava no que acontecera, a ideia de fato era absurda, fugia a realidade minuto após minuto, hora após hora, e tudo aquilo ainda parecia um monte de loucuras sucessivas. Não a paixão, não o sim, não como aconteceu... mas sim como acontecia, e era totalmente insano.

Estava ali, pro que desse e viesse, apenas esperando o vento soprar pra uma direção, como medo e insegurança (companheiras de sempre), porém continuava firme.

Tinham dados rolando ainda, a aposta era alta, mas depois do primeiro salto os próximos são mais atraente... se tinha vencido ou não, eu não sabia; Amor tem dessas coisas, é um risco, um jogo onde sempre existe a possibilidade de mais uma rodada, uma estranha e deliciosa aposta, onde ambos podem ganhar ou perder.

__:__ II

V

Os dias se passavam e aos poucos mergulhava cada vez mais, estava tão fundo que já não via a luz da sol e ao mesmo tempo estava tão anestesiado que mal podia apontar qual era a direção certa onde ficava a superfície.

Mas sabia que de certa forma, ou pelo menos esperava que fosse assim, que não estava sozinho e que mesmo que se estivesse, que mal teria? Era uma experiencia totalmente nova, estava sendo preenchido por algo sinestésico e mesmo caso estivesse só, emergir não seria a melhor escolha,

__:__

IV

Alguns encontros depois, o estranho me parecia mais familiar que a mim mesmo, e o caos inicial, visto por cima parecia se encaixar de forma perfeitamente planejada, me via tão nitidamente em seus olhos como via todas minhas carências supridas por ele. De toque em toque virei estranho a mim mesmo pra ser completo por ele.

16:15

III

Os dias passaram, ele não ligou e eu não liguei, 10 dias sem ele, então num sábado um SMS dizendo " Espero que você se encontre bem, e espero...". Não esperamos mais do que duas horas, e seis lances de escada depois o primeiro beijo de dois nem tão desconhecidos, mas nem tão íntimos.

Tudo o que eu sabia era seu nome, seu telefone, seu gosto por vinhos secos e seu gosto. E tudo que eu não sabia, fugia a minha curiosidade, já estava totalmente mergulhado nesses escuro.

Talvez os cabelos, os olhos, ou o signo de escorpião (outra coisa que eu sabia), o beijo não, veio depois. Não sei direito o que foi, mas eu saltei.

20:40

II.

Depois da primeira cerveja, ele me deu o seu número e lhe dei o meu, depois de alguns dias ele telefonou.

O encontro foi marcado, um bar do Lourdes as 8 horas, ele se atrasou 40 minutos, tempo suficiente para que as duas caipirinhas que pedi começassem a fazer efeito, de fato foi até bom estar um pouco mais solto quando ele chegou, timidez é um defeito que perco com o tempo ou com o álcool, é um defeito; e eu sabia disso.

Depois de algumas tulipas e um pouco de conversa sobre a cidade, as pessoas, a rotina e o dolar eu notei que seus olhos eram tão bonitos quanto seus cabelos, e por um momento parei.

Entre pagar a conta e a Praça Sete,  pela primeira vez meus dedos tocaram seus cachos e no mesmo instante nossos olhos se tocaram.

De oficial era a primeira noite, e não houve beijo mas estranhamente foi mais do que eu podia esperar de uma quarta feira.

17:43

I.

O que há de se esperar quando se salta no vazio? A atração pelo desconhecido pode ser tão doce quanto seus mistérios ou tão amarga quanto suas duvidas, e de fato: é o risco que torna o desconhecido algo sedutor, atraente, e assim é no medo que se descobre uma forma de prazer.

Não importa o tamanho do salto, um risco é um risco, pode ser que haja alguém de braços abertos a te esperar, pode ser que não... e foi assim que o conheci. Ainda não era verão, mas o ano já estava fadando ao fim, as ruas já movimentadas do centro da capital estavam ainda mais caóticas e no meio do caos lá estava ele; camisa xadrez, jeans, óculos de aro fino e seus 1,73... se não fosse pelos cabelos, seria apenas normal, mas não era.

Depois de alguns quarterões se sentou em um bar da Bahia e ali me disse seu nome.