Eu escolho a performance

Não há nada mais divertido do que ser mais do que um rostinho lindo e um corpo maravilhoso,porque quando agente performa o mundo entra em choque e o que era pastel fica néon, o que é insipito se enche de novos sabores. Ahh, VAMOS FICAR NUS, não há nada que não possamos fazer, não há luta que não podemos vencer, não se importar com nada é tão WHATREVER,

Escolho a performance pois me interessa explorar meu corpo, deduzir meus limites, sensualizar, escrachar , ficar louco, ir além, MAIS ALÉM.Performar inclui ser teatral, ser blasé, ser idiota, ser fútil, sem glam, ser vários, fazer carão ou até mesmo fazer cara de bobo pra que tenham pena inclui saber que o mais importante não é o resultado e sim o caminho que nos levou até ele,inclui mandar um foda-se pro mundo quando necessários, mas jamais JAMAIS, descer do salto, até porque performar é estar do alto, é estar acima do bem e do mal,estando apenas pra arte.

Performar inclui escolher um pop star e ter devoção ao seu nome e a sua arte, inclui também a leitura de um livro totalmente a que só pra dizer:" Eu já li" e a devoção a alguma boyband/girlband que o mundo já esqueceu e você continua cantando sua música, perfromar é cantar em voz alta num ambiente onde se paira o silencio, afinal " k k kindy busy quebra qualquer clima ruim".

Performar é estar contido no primeiro grupo de pessoas da perdida lei de Fang, "Aquelas que pensam", e jamais ficar na parede esperando algo acontecer porque sim, VOCÊ PODE fazer algo acontecer, com muito mais luz e cor que só um potinho de porurina ambulante conseguiria.

É saber a diferença entre uma palavra e outra, ou a diferença entre ela e ela mesma em sentidos diferentes, O CONTEXTO MUDA TUDO.,

É DESCOBRIR POR SI MESMO que A idiotice e futilidade são vital para a felicidade e quão chata é essa gente que quer ser séria, profunda e dogmática sempre.

Performar é armar barracos com classe, e em momentos propícios fazer a Amy ou a Britney, GRITAR dizendo: "Vocês não sabiam? eu sou a vadia louca por aqui" dando sempre o sexy back, performance está em elogiar as pessoas com palavrão e falar apontando na cara e dizer o que quiser pra quem quiser só porque você é sexy e se for preciso finja-se de morto.

Performar é curtir a vida gastando todo seu dinheiro em festas, sexo e arte, desejando sem moderação tudo o que a vida tem de bom.Peformar e ter sempre mente, fronteiras e coração abertos, dando valor pro que vale a pena e pro que for bonito e gostoso,

Por isso escolhi a performance

Cubo

Isso de ficar guardando pra mim, enlatando cada "Hey, eu não posso","Porque você espera isso de mim?", "Cara se toca, eu tô afim de você" ou cada "não"...é tão CHATO, extremamente chato. Porque devo manter uma conduta? Porque devo continuar na mesma posição de bom ouvinte?

É estranha a simpatia que se sente ao aderir e se sistematizar em relação ao outro, tornando apático a si mesmo, também é estranho estar numa guerra sem ter lado, você está ali lutando, combatendo, morrendo, matando mesmo não sabendo se é a si ou ao outro; talvez mas estanho ainda é ser a unica arma da guerra sendo usada pelos dois lados.

Mas quando se pensa em paz, quando se pensa em "Essa porra agora vai dar certo", você se depara com a mesma realidade:" razão, medo e emoção" lutando contra e a favor, uma contra e ao mesmo tempo pró a outra.

Cretina é a realidade que desgastamos todos os dias por não falar, por não agir, e assim vamos, caminhando imóveis na esperança de que um dia alguém tire as amarras tão frouxas e débeis que temos como fixas e dogmáticas.

Sentença

É inacreditável isso, quando eu tento me enganar ou afirmar que não há nada, mais me deparo com as lembranças de fogo, faísca e erva.

Por um lado se tornaram raras e escassas as palavras mais de outra mão houve um surto de desejo e de vontade de falar, mas ainda há receios.

Quando me refiro a você, é como se voltasse a meu ponto de apoio, porque você me faz querer isso, me fazer querer escrever, dizer, falar, você me leva pra um espaço de intensidade e de medo, de exatidão incoerente, me leva pra um lugar onde me faz querer estar junto, estar perto, pelo puro prazer de estar.

Mas mesmo assim essa viajem somente se dá em sonhos, em pensamentos, e resta a culpa, culpa por não querer jogar todas as cartas, por querer guardar a porra do ouro pro final , mesmo sem tendo um tostão se quer para blefar.

E o que fazer agora? Me diz, me faça entrar no jogo de novo.

Dois

Eram dois, dois caminhos, dois lados, dois corpos, duas mentes, duas vidas.
Eram dois com todas as dualidades do homem, com todas as bipolaridades indecisas.

Inumanidade

“Hoje sinto orgulho que dizer que sou inumano, que não pertenço a homens e governos, que nada tenho a ver com a maquinaria rangente da humanidade – eu pertenço à terra! (…)“Lado a lado com a espécie humana corre outra raça de seres, os inumanos, a raça de artistas que, incitados por desconhecidos impulsos, tomam a massa sem vida da humanidade e, pela febre e pelo fermento com que a impregnam, transformam a massa úmida em pão, e pão em vinho, e o vinho em canção. Do composto morto e da escória inerte criam uma canção que contagia. Vejo esta outra raça de indivíduos esquadrinhando o universo, virando tudo de cabeça pra baixo, e os pés sempre se movendo em sangue e lágrima, as mãos sempre vazias, sempre se estendendo na tentativa de agarrar o além, o deus inatingível: matando tudo ao seu alcance a fim de acalmar o monstro que lhe corrói as entranhas. (…) E tudo quanto fique aquém desse aterrorizador espetáculo, tudo quanto seja menos sobressaltante, menos terrificante, menos louco, menos delirante, menos contagiante, não é arte. Esse resto é falsificação. Esse resto é humano. Pertence a vida e à ausência de vida.“(…) Se sou inumano é porque meu mundo transbordou de suas fronteiras humanas, porque ser humano parece uma coisa pobre, triste, miseravel, limitada pelos sentidos, restringidas pelas moralidades e pelos códigos, definida pelos lugares-comuns e ismos.“(…) Tenhamos um mundo de homens e mulheres com dínamos entre as pernas, um mundo de fúria natural, de paixão, ação, drama, sonhos, loucuras, um mundo que produza êxtase e não peidos secos.“(…) Que os mortos comam os mortos. Dancemos nós os vivos, à beira da cratera, uma última e agonizante dança. Mas que seja uma dança!” -

(Henry Miller em Trópico de Câncer)