quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Carta para o menino vestido de rosas


Parece que o tempo lhe fez bem, lembro da primeira vez que o vi, mesmo com toda a expectativa e ansiedade, todo o sentimento de vontade que inundavam meus olhos e logo logo se transformariam em lagrimas. Lembro quando pela primeira vez você partiu meu coração.
Mas antes disso tivemos nossos momentos, momentos em que nada além "do eu e do você" fossem necessários, sentia como se fosse explodir a cada sorriso que seus labios esboçavam escondido na sua falsa timidez, seria capaz de naquele tempo de andar por toda a cidade somente pra encontrar algo que lhe fisese bem. Foram dias felizes, até que aí pela primeira vez você partiu.
Não sei de quem foi a culpa, eu lhe declaro culpado e você diz que o que aconteceu foi porque eu transformei tudo o que a gente tinha em caos. Mas de fato, acontece que cada um tem sua parcela, nos dois erramos, e foram pesados os dias que se passaram, o tempo se transformando em semanas e meses. Até que então você me aparece como uma nova oportunidade, e por acreditar no amor ou seja lá o nome disso que alguns até ousam a chamar de felicidade, deixei que entrasse novamente na minha vida.
Pouco a pouco fomos recuperando o que tínhamos perdido. Noventa dias felizes, mas dessa vez não estava preparado para o impossível, cultivava um medo coerente de não me entregar totalmente, até porque da primeira vez eu tinha sido roubado completamente, na primeira vez não sobrará nada de mim.
Decidi então preservar um pouco, mas você sabia me despir de tudo, sabia quais armas usar, e eu como sempre jogando ao lado do amor e não a guerra, não tinha artilharia e tão pouco sabia me defender dos seus ataques, xiita, sunita, exercito vermelho.
Foi então que por fim, pela segunda vez não restava mais ninguém desse lado, e você se foi, eu caí.
Ainda recolho os cacos das poucas cinzas que me restam, antes uma vida em preto e branco do que uma sobrevida em techno-color.